sexta-feira, 16 de julho de 2010

Não sei exactamente porquê. Aquele estranho caminhava descontraidamente pelo passeio, até que olhou para cima, sem qualquer razão aparente, e me viu. Viu-me junto de um monte de cacos do que havia sido o vidro da minha janela. Parou e olhou-me directamente. Não aguentei e, com um ar de desprezo, afastei-me da janela.
Não sei quanto mais tempo ele ficou ali, parado, a olhar na direcção dos meus aposentos. Não faço ideia do que lhe terá ocorrido na mente quando viu uma figura feminina, de olhar fixo na rua junto de uma janela partida como se nada fosse. Como se nada tivesse acontecido.
Foi o único que eu vi olhar.

1 comentário:

Miguel Cruz disse...

Eu sabia que ias escrever um texto sobre isto! O teu vidro era a porta para muitos mundos que te fizeram crescer! Vais recuperar essas portas que te protegiam de muitos mundos maus também!
Amo-te, mesmo!